Pílulas de bombeamento: 2 minutos de leitura
As bombas magnéticas (de acionamento magnético) são ótimas sob certas condições. Se respeitadas podem trabalhar por anos à fio sem nenhuma intervenção, caso contrário uma falha catastrófica pode ocorrer logo no primeiro dia de operação.
São 3 as situações problemáticas a serem evitadas:
- Que sólidos acidentais, deixados na tubulação durante a instalação da linha (como carepas de solda e pedaços de fita de Teflon) ou que tenham caído no tanque de sucção da bomba, como porcas e parafusos, alcancem a bomba, em vez de ficarem, por exemplo, retidos num filtro-crivo na sucção.
2. Que o fluido bombeado contenha usualmente sólidos finos (abaixo de 1 mm).
Sólidos finos eventuais normalmente passam pela bomba sem causar dano.
Alguns modelos toleram até certo teor (conforme indicação do fabricante), mas essa tolerância deve ser encarada com certo ceticismo, já que comumente estamos falando de bombas centrífugas plásticas, ou seja, bombas nas quais o particulado presente é acelerado a velocidades particularmente altas e choca-se com superfícies relativamente “moles”.
Outro risco é de uma eventual aglutinação dessas partículas causar o entupimento de canais críticos para a lubrificação e refrigeração do(s) mancal(is) interno(s), que suportam o impulsor da bomba, que é sempre feita pelo próprio fluido bombeado.
Caso a presença de sólidos seja inevitável, pode-se pensar num plano de selagem sofisticado ou numa bomba inerentemente insensível a sólidos, como as peristálticas, por exemplo.
Nesses casos, considere alternativas como:
- Bombas peristálticas, naturalmente mais resistentes a sólidos;
- Planos de selagem mais sofisticados.
3. Que a bomba trabalhe à seco.
Existem modelos que até toleram algum trabalho à seco em função de materiais e geometria dos mancais que suportam o impulsor e magnetos movidos (que ficam dentro de um cubo interno a bomba e solidário ao impulsor). O problema é esse “algum”. Na prática os “x” minutos tolerados, de acordo com o fabricante, rapidamente viram “2x”no campo, pois a bomba roda muito silenciosa. É muito difícil “escutar” que a bomba esteja rodando à seco e fácil esquecer dela.
Os “x” minutos tolerados também não são por infinitas instâncias. Há um dano cumulativo e portanto o trabalho à seco só pode acontecer “y” vezes antes de causar uma falha catastrófica.
E existe a questão da tolerância aos vapores do fluido bombeado, uma vez que o calor gerado pode ser o suficiente para vaporizar resíduos do fluido, que ficaram no interior da bomba.
Portanto, se existir o risco de trabalho à seco, como, por exemplo, na descarga de caminhões, é recomendável o uso de um das alternativas abaixo:
- Dry-Cut: Dispositivo que desligará a bomba quando “sentir”, por monitoramento de variáveis do motor elétrico, que a mesma está trabalhando à seco (também detecta outras anomalias operacionais);
- Chave de fluxo: A instalação de uma chave de fluxo que detectará a ausência de fluxo no final da operação e desligará a bomba;
- Bomba autoescorvante magnética: Retém na câmara de escorva um volume suficiente de fluido para realizar a lubrificação e refrigeração dos mancais por um período maior de tempo;
- Bombas pneumáticas: De outros tipos de bombas insensíveis ao trabalho à seco, como as bombas pneumáticas.
Estamos falando aqui unicamente das bombas magnéticas com copo de contenção (canister) não metálico.
Bombas com copo metálico geram correntes parasitas e requerem (obrigatoriamente) um fluxo mínimo para levar consigo o calor gerado por tais correntes (portanto nenhum trabalho à seco é tolerado).
Parceria Tetralon + FTI: Mais de 20 anos
Com mais de 40 anos de atuação no mercado, a Tetralon é distribuidora oficial das bombas FTI no Brasil há mais de duas décadas. Ao longo desse tempo, acumulou sólida experiência na aplicação e manutenção de bombas magnéticas em processos industriais de alta exigência. Nosso corpo técnico de vendas e assistência é reconhecido como um dos mais qualificados do mercado, oferecendo conhecimento profundo e soluções sob medida para os desafios dos nossos clientes.
BLOG DO MARTIN

Quem sou
Martin Warneke, fundei a Tetralon em 1984, um ano após me formar em engenharia mecânica. Por questões familiares, comecei meu aprendizado sobre bombas, especialmente as positivas, já aos 16 anos. Uma jornada de aprendizado sem fim, aliás. Uma jornada marcada pela inovação e parceria com nossos clientes e fornecedores. Em junho de 2023 voltei a ocupar a cadeira de CEO da Tetralon.
Objetivo desse blog
Fornecer insights que possam servir de subsídio para decisões mais bem informadas sobre bombas, sistemas de bombeamento e correlatos e assim impactar positivamente os processos produtivos e periféricos quanto a tempos, custos e riscos.
Lembrando que bombas são as máquinas mais comuns do planeta, depois dos motores elétricos.
Nossos carros têm várias embarcadas: Bomba booster de combustível, bomba injetora de combustível, bomba de óleo, bomba da direção hidráulica, bomba do limpador de pára-brisas, etc.
Nossos corpos idem: O coração (bomba de diafragmas), intestinos (bomba peristáltica), etc.
Não costumam ser itens caros em relação ao sistema onde estão inseridos, muitas vezes estão “escondidas” num canto ou debaixo de outros equipamentos, mas fazendo seu humilde trabalho garantem o funcionamento do todo.
Vale a pena prestar atenção nela, pois se derem “dores de cabeça”, podem ser dores caras.