Pílulas de bombeamento: Quando uma peça é cara ou barata?
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Já vi clientes terem muito sucesso, medindo o custo não pelo Valor de aquisição (Va$), pois há grande variação de qualidade (durabilidade) entre produtos que, externamente, parecem “similares”, mas que devem ser avaliados pelo Va$ por hora de Vida útil (Va$/Vuh).
A Vida útil (média) pode ser, preferencialmente, a medida pelo usuário ou a estimada pelo fabricante (no caso de novas alternativas, ainda não testadas na prática).
Exemplo: Uma peça de uma bomba da marca X custa $2.000 e a peça equivalente para a bomba “similar” da marca Y custa $1.000.
A peça da marca X dura 5.000 horas, enquanto a da Y dura 1.500 horas (segundo experiência prática, pois as bombas das duas marcas coexistem na planta).
O custo por hora trabalhada é então de:
Para marca X = 2.000 / 5.000 = 0,40 $/hora
Para marca Y = 1.000 / 1.500 = 0,67 $/hora
Portanto, Y é 68% mais caro do que X e não 50% mais barato, como poderia se pensar, caso fosse só levado em conta o Valor de aquisição.
Além disso, até que a peça da marca X atinja o fim de sua vida útil, a peça da marca Y precisaria ser trocada 3 vezes, o que demandaria 3 vezes mais mão de obra para tirar a bomba de operação, substituir por uma reserva, desmontar, limpar, inspecionar, trocar a peça, remontar, e ainda acionar o setor de compras para adquirir ou repor o estoque das peças. Todas essas atividades, que acontecem a cada intervenção, custam e não foram consideradas na conta acima.
E se considerarmos?
Se adotarmos 10 horas para todas as atividades listadas, $60 pela hora e ainda $300 por processo de compra (inclui as atividades no workflow que vão desde a emissão da requisição de compra até a adequada contabilização de notas fiscais), teremos:
O custo por intervenção de: 10 x $60 + $300 = $900
O custo por hora trabalhada passa a ser de:
Para marca X = ($2.000 + $900) / 5.000 = 0,58 $/hora
Para marca Y = ($1.000 + $900) / 1.500 = 1,27 $/hora
Y passa a ser 119% mais caro do que X.
O ideal é o ERP fornecer de cada tag na planta o MTBF e o Va$ anual de peças.
Mas certas aproximações úteis podem ser feitas de forma simples:
Se tenho 10 bombas de um mesmo tamanho e marca e essas consomem 20 peças por ano e trabalham 8 horas por dia, 300 dias por ano, a Vuh dessa peça será:
Vuh = 10 x 8 x 300 / 20 = 1.200 h
Essa é a vida útil média da peça, considerando 10 bombas em operação (sem nenhuma em standby).
Esses exemplos podem ser adaptados à realidade de cada situação, com um pouco mais de sofisticação, mas sem comprometer a simplicidade essencial.
BLOG DO MARTIN

Quem sou
Martin Warneke, fundei a Tetralon em 1984, um ano após me formar em engenharia mecânica. Por questões familiares, comecei meu aprendizado sobre bombas, especialmente as positivas, já aos 16 anos. Uma jornada de aprendizado sem fim, aliás. Uma jornada marcada pela inovação e parceria com nossos clientes e fornecedores. Em junho de 2023 voltei a ocupar a cadeira de CEO da Tetralon.
Objetivo desse blog
Fornecer insights que possam servir de subsídio para decisões mais bem informadas sobre bombas, sistemas de bombeamento e correlatos e assim impactar positivamente os processos produtivos e periféricos quanto a tempos, custos e riscos.
Lembrando que bombas são as máquinas mais comuns do planeta, depois dos motores elétricos.
Nossos carros têm várias embarcadas: Bomba booster de combustível, bomba injetora de combustível, bomba de óleo, bomba da direção hidráulica, bomba do limpador de pára-brisas, etc.
Nossos corpos idem: O coração (bomba de diafragmas), intestinos (bomba peristáltica), etc.
Não costumam ser itens caros em relação ao sistema onde estão inseridos, muitas vezes estão “escondidas” num canto ou debaixo de outros equipamentos, mas fazendo seu humilde trabalho garantem o funcionamento do todo.
Vale a pena prestar atenção nela, pois se derem “dores de cabeça”, podem ser dores caras.