As primeiras, conhecidas como habilidades técnicas (ou, numa tradução livre, “habilidades difíceis”), são aquelas que podem ser aprendidas em sala de aula, estudos em livros e apostilas ou até mesmo no próprio trabalho, conforme o profissional vai tendo contato com o trabalho a ser realizado e a sua dinâmica. São habilidades essenciais à realização do trabalho, sem dúvidas, mas tem ficado em segundo plano no mercado de trabalho dinâmico dos dias atuais.
Isso porque as Soft Skills (“habilidades sofisticadas”, livremente traduzindo) tem ganho terreno, tendo em vista as dificuldades comportamentais e de relacionamento que as pessoas vem demonstrando ao lidar com o trabalho em equipe. Assim, também conhecidas como people skills (habilidades com pessoas), estas características/qualidades são muito valorizadas no mercado de trabalho, especialmente no ramo da engenharia, atualmente.
O que é interessante ressaltar, ademais, é que o desenvolvimento das Soft Skills permite que os engenheiros evoluam de meros tecnicistas, ou reprodutores de conteúdo, para líderes, ou apenas pessoas que transformem o ambiente de trabalho no melhor possível – o que é quase certo que acontecerá na medida em que tenham-se vários profissionais com estas qualidades bem desenvolvidas.
Desta forma, algumas qualidades observadas nos profissionais são: o pensamento criativo, que é a capacidade de o profissional/engenheiro superar os mais variados problemas que possam surgir no dia-a-dia de uma obra ou projeto, sem que tais barreiras impeçam o prosseguimento da qualidade e do tempo prometidos ao cliente; uma comunicação eficiente, assim entendida e valorizada por conta dos mais variados estilos de pessoas envolvidos em um projeto de engenharia (desde os trabalhadores braçais até os profissionais de outras áreas envolvidos, como arquitetos, por exemplo). Esta qualidade é de suma importância para que evitem-se ruídos de comunicação, possuindo estes capacidade de contaminar um ambiente de trabalho ou até mesmo gerar algum erro na execução de um projeto.
Ademais, o pensamento crítico também é qualidade (soft skill) importante, na medida em que o profissional deve ter noção do impacto e das consequências de suas ações – sendo isso importante para que possa avaliar e planejar com mais cautela suas próximas ações. A capacidade de negociação e da gestão de pessoas são, de mesma forma, importantíssimas neste ambiente, e interligadas às anteriormente citadas.
Por fim, a gestão de tempo e a inteligência emocional. A primeira é das fundamentais, dado que todos os profissionais convivem com prazos e data para entregar seus projetos e/ou obras conclusas. Saber gerenciar o tempo também influencia na produtividade, porquanto os profissionais envolvidos em um trabalho poderão dedicar-se somente a ele, e não dividir seu tempo em algum outro que tenha ficado pendente/em atraso, gerando um ciclo vicioso. Já a inteligência emocional está diretamente ligada à maioria das habilidades já citadas, visto que permite, principalmente, que o profissional aprenda com seus erros e saiba quais seus defeitos e qualidades, com vista a potencializar os últimos e diminuir os primeiros.
É interessante ressaltar que as Hard Skills são sim importantíssimas e necessárias aos trabalhadores do ramo da engenharia. Entretanto, não são mais suficientes, e devem ser combinadas com as Soft Skills aqui citadas (sendo estas as principais procuradas pelos recrutadores, mas não as únicas). O profissional que pretende crescer na área deve estar em constante desenvolvimento de suas habilidades técnicas e comportamentais, enfim, para que tenha certeza de sucesso em sua vida profissional.