Em muitas bombas peristálticas, roletes são usados para comprimir o mangote.
Este sistema tem sido bem sucedido nas aplicações de baixa pressão, uma vez que, nessa condição, não existe a necessidade de lubrificação constante entre o mangote e os roletes, e as forças radiais são pequenas, permitindo que o rolete tenha realmente um movimento de rotação sobre o mangote.
Já em pressões mais elevadas, aproximadamente a partir de 3 bar, os roletes não realizam o movimento de rotação sobre o mangote e o ângulo no ponto de compressão torna-se bastante íngreme, fazendo com que o rolete deslize sobre o mangote, ocasionando aquecimento e ruptura prematura do mesmo. A saída para esse caso é lubrificar as áreas de contato.
No entanto, um argumento muito utilizado pelos fabricantes de bombas peristálticas de roletes é que tal tecnologia não necessitaria de lubrificação. Porém, isto não condiz com a realidade, já que os roletes são pré-lubrificados e a própria fabricante recomenda a checagem a cada 100 horas (página 12 do manual de manutenção da Ragazzini).
Checar a lubrificação de um equipamento nesse intervalo de tempo é inviável, pois tal procedimento requer aberturas de ordens de serviços, envolvimento do pessoal de segurança para liberação dos trabalhos, paradas produtivas e outros custos envolvidos sempre que for necessário intervir em um equipamento.
Quando o mangote rompe, o produto pode entrar em contato com o conjunto de rolete e rolamento. Isso pode causar falhas prematuras e aumentar o custo de manutenção do equipamento. Neste caso, o desempenho das sapatas é mais eficiente, pois são mais simples e atuam mais suavemente sobre o mangote.
A compressão via sapata produz um efeito de onda no fluido, onde as partículas sólidas são empurradas antes de serem comprimidas entre a sapata e o interior do mangote, diferente dos roletes, que promovem o esmagamento de tais partículas sólidas contra o interior deste.
As sapatas, portanto, são fortemente recomendadas em aplicações de maiores pressões, pois trabalham constantemente lubrificadas com a finalidade de reduzir o atrito e principalmente promover uma troca térmica com o lubrificante de forma a evitar superaquecimento. Dependendo da aplicação, utilizam-se diferentes tipos de lubrificantes.